A Freguesia de Moscavide e Portela resulta da agregação das freguesias de Moscavide e da Portela no Concelho de Loures. Esta agregação de freguesias advém da reorganização administrativa que ocorreu em setembro de 2013. No entanto, a história destas freguesias tem um início bem mais longínquo.
O topónimo parece ter origem no termo árabe «maskba», ou seja sementeira. Alguns veteranos da localidade mencionam que o lugar se designava inicialmente por Boscavide.
Ficando distanciada a 11 Km da sede do Concelho (Loures), Moscavide confina com a Portela e a Freguesia de Sacavém e Prior Velho a norte, com o Concelho de Lisboa a sul, poente e nascente.
A vila de Moscavide deixou de fazer parte da freguesia dos Olivais-Extra em 1928, mais precisamente a 23 de Março, quando passou a freguesia pelo decreto n.º 15222. (1ª Acta da constituição do primeiro executivo da junta de freguesia 15 de Abril de 1929).
A delimitação da freguesia foi resolvida em 13 de Maio de 1928 na sala de sessões da Junta de Freguesia de Sacavém, cujos membros eram os cidadãos Francisco Lourenço, Filipe Almeida Veiga e António Marques Antunes.
A Junta de Freguesia de Moscavide era constituída pelos cidadãos Carlos Alberto Sousa, António Soares da Costa e Miguel da Cruz Rato.
Moscavide foi elevada a vila a 3 de Abril de 1964 pelo decreto n.º 45637.
Situada nos subúrbios da capital, Moscavide veio a desenvolver-se como dormitório desta, constituindo apesar de tudo, uma das melhores estruturas urbanas periféricas de Lisboa.
Moscavide conheceu 2 fases distintas de crescimento, nomeadamente a primitiva, no século XVIII com a fundação da Quinta do Cabeço e do seu Parque Ajardinado, e a secundária em meados do século XX que deu origem ao núcleo urbano de Moscavide e à Urbanização da Portela.
Do seu antigo núcleo urbano, apesar de muito pouco, ainda se conservam alguns imóveis com interesse patrimonial, dos quais se destacam a Vivenda Mouzinho e a Igreja de Santo António (único espécime com preocupação artística que o urbanismo modernista ali criou).
Fora do perímetro urbano, a Quinta do Cabeço com a sua capela bem integrada numa casa apalaçada em estilo Joanino de bom desenho e magníficos jardins paisagísticos concebidos à maneira dos jardins franceses do séc. XVIII, a Quinta do Candeeiro com a pequena mas muito interessante capela constituem o património histórico artístico da freguesia, que se encontram em satisfatório estado de conservação.
O palácio do Seminário dos Olivais, refugia um importante pulmão nesta Freguesia. Com um exclusivo e antigo jardim, permite uma bela viagem pelo passado, enquadrando um cenário, hoje, já muito difícil de visualizar.
A vila de Moscavide devido ao facto de se encontrar entre as Quintas da Vitória, a Quinta do Cabeço, o Seminário dos Olivais, o Rio Tejo e a cidade de Lisboa, não conseguiu ocupar um território que correspondesse a esse crescimento.
O resultado desta situação foi o de Moscavide ter pouco mais de 1 Km2 ocupada por mais de 20 mil habitantes, fazendo dela a freguesia que regista a maior densidade populacional do concelho de Loures.
A Vila de Moscavide a partir das décadas de 40 e 50 recebeu muitos milhares de migrantes vindos principalmente do Alentejo e das Beiras que procuravam uma vida melhor. A instalação de indústrias como a INDEP e a Petrogal foram as responsáveis pela fixação destes migrantes na vila. A premência em dar resposta às necessidades habitacionais dos migrantes traduziu-se na especulação imobiliária, levando a que qualquer espaço vago desse lugar a um prédio. A consequência desses actos fez com que os espaços amplos de outrora passassem a ruas estreitas, sem lugar para zonas verdes, resistindo somente o Jardim de Moscavide.
Não obstante a ruralidade que a caracterizava nas primeiras décadas do século, Moscavide acabou por se tornar num exemplo de mau planeamento urbanístico feito no passado e cujos reflexos se fazem sentir de há muito.
As pessoas mais antigas ainda têm a aspiração do retorno às origens, quando o rio Tejo chegava até onde era o matadouro dos Olivais, no limite da freguesia, onde havia até mesmo uma praia, iam para lá a banhos, faziam piqueniques. Estas pessoas guardam uma grande nostalgia por esses tempos, pelo desfrute que então se fazia de toda a zona ribeirinha.
Após a instalação do depósito de Beirolas (nos anos 40) essa frente de rio foi sonegada ao território da freguesia, pelo simples facto do exército constatar que as chamadas telefónicas dentro de Lisboa eram mais baratas do que de Moscavide para Lisboa, pelo que o Secretário de Estado de então, fez um despacho integrando o quartel de Beirolas na freguesia dos Olivais, para poupar nas chamadas.
Nos primeiros anos da década de 60, uma montra de uma imobiliária em Buenos Aires servia de inspiração ao início de um projecto que dava corpo à futura Urbanização da Portela.
A construção do projecto ficou marcada, em 1970, pela configuração geométrica de um bairro erguido à volta de um centro comercial de influência arquitectónica Nova-Iorquina, e por ter sido o primeiro bairro da zona de Lisboa a ser construído com ordenamento territorial.
A sua ideia base era organizar prédios em torno de um pólo comercial, possibilitando a criação de uma força centrípeta que proporcionasse o encontro dos seus moradores num mesmo local. Constituída Freguesia em 1985, a Portela é hoje uma referência do ponto de vista da arquitectura urbanística.
Fronteiriça a Moscavide, Sacavém, Prior Velho e à cidade de Lisboa, a Portela conta hoje com mais de 20 mil habitantes, num espaço de cerca de 1 km2.
A sua estrutura etária espelha, pela análise da respectiva pirâmide, uma base alargada constituída por jovens, representantes de cerca de 41% do conjunto populacional, enquanto topo da mesma se apresenta afiado, devido à pequena proporção da faixa que ocupa – os idosos, com somente 5,6%.
Na mesma linha podem considerar-se os valores do índice de crescimento natural, estabelecido pela comparação entre a taxa de natalidade elevada (130) e a da mortalidade baixa (63) – valores relativos a 1997.
O Centro Comercial da Portela, a Igreja de Cristo Rei da Portela, o Parque Desportivo da Associação dos Moradores da Portela, o Seminário dos Olivais e os Jardins Almeida Garrett e das Descobertas, são algumas das muitas razões que transformam a Portela num pólo social e cultural embuído de um espírito comunitário invulgar.
O Centro Comercial encontra-se aberto 363 dias por ano e situado no coração da Freguesia, este espaço comercial associa o tradicional comércio de rua num espaço que aposta numa rápida remodelação e redinamização. Da restauração à informática, incluindo estética, vestuário, calçado e os mais importantes representantes da banca, continua a representar alguns pequenos espaços comerciais, banidos, hoje, das grandes superfícies comerciais, permitindo uma oferta completa e global a todos os utentes que por lá passam.
A Igreja de Cristo Rei da Portela é orgulho da comunidade católica Portelense. Edificada aos poucos, com doações, e o trabalho benemérito de grande parte da população da Portela, é detentora de um estilo arquitectónico ousado e a impressão visual que causa é algo que de certo nunca se esquecerá.
As piscinas da Portela, contam com duas piscinas aquecidas, uma com 25 x 12,5 metros para competição e aprendizagem e outra com 12,5 x 8 metros destinada a aprendizagem e adaptação ao meio aquático, sendo gerida pela Empresa Municipal GesLoures. Este complexo tem a particularidade de ser o primeiro edifício construído no Concelho que obteve certificação energética, de acordo com o Regulamento do Sistema de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios, garantindo a eficiência dos equipamentos, reduzindo o consumo de energia e as emissões de dióxido de carbono. O aproveitamento da energia solar, através de um sistema inovador de aquecimento da água por intermédio de painéis e colectores solares, faz com que este equipamento seja quase auto-suficiente. Além disso, as piscinas têm um tratamento da água com ultravioletas, permitindo evitar as alergias e irritação por vezes provocadas pelo cloro.
O parque desportivo da AMP tem três campos de ténis e um ringue desportivo. Existe ainda um espaço de esplanada onde se pode conviver e tomar refeições.
Num contínuo passeio pelo verde da Portela, o Jardim Autárquico proporciona mais que um bonito passeio, um espaço de forte representação sociocultural da Portela. Um espelho de água ilumina o Jardim, onde as primeiras feiras do livro do Concelho tiveram lugar, assim, como todo o tipo de expressões culturais que por lá passam e ficam num espírito de festa e fraternidade.
Com uma forte densidade populacional, a Portela encontra-se equipada de todo o tipo de estruturas básicas colectivas, desde o abastecimento de água e da rede de saneamento até à recolha de lixo, em todos os dias úteis da semana, sendo os mesmos depositados no aterro sanitário de Vila Franca de Xira, e ao abastecimento de gás de cidade e, mais recentemente, de gás natural.
Com uma recente vantagem geográfica muito privilegiada, a Portela é hoje vizinha de uma das grandes obras Portuguesas: o Parque das Nações. O despertar da zona ribeirinha do Tejo veio emergir novas vontades e traçar novos percursos na grande capital Portuguesa. A Freguesia da Portela encontra–se hoje capaz e em sintonia com esta nova metamorfose social e cultural, apostando na inovação e qualidade.
Desde o vasto número de Portelenses ligados à música, às artes plásticas, ao teatro, assim como a existência de um órgão de imprensa local, são alguns dos espelhos que autentificam a vontade de integrar na frente as novas Freguesias autarcas do século XXI