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TEMA: O MAIS IMPORTANTE!

Os dias de hoje revelam-nos que estávamos longe de entender e perceber a dimensão real da pandemia que, hoje, todos tentamos combater. As notícias iniciais, não nos prepararam convenientemente para as catastróficas consequências sanitárias, económicas e sociais a que hoje assistimos.

As imagens, números e notícias convivem connosco no dia-a-dia e cresce a ansiedade por uma normalidade que julgávamos adquirida e imutável. A interrupção forçada de gestos tão habituais como ir à esplanada, ao cinema ou ao futebol, ou outros ainda mais importantes como abraçar os nossos amigos, fizeram com que percebêssemos que eram normais, mas nunca serão banais para a comunidade.

A multiplicação de opiniões – muitas delas perigosas – sobre a situação e as mais arrojadas “soluções” para o problema, são em muitos momentos obstáculos para uma correta gestão do problema. A tomada de decisão em situações como esta reveste-se, por isso, da mais fundamental importância, porque delas pode depender a saúde de uma comunidade inteira. Este exercício complexo de equilíbrio, exige-nos enquanto cidadãos um cuidado excecional e aos autarcas uma estratégia que permita, por um lado, manter a coesão social da comunidade e por outro garantir que nenhuma pessoa se sinta desacompanhada ou só.

A frase “Primeiro as Pessoas” que a Junta de Freguesia escolheu para definir o seu exercício, ganhou ainda mais atualidade e adequação nestes momentos. Porque importa colocar as pessoas no centro das nossas ações e da nossa atenção. Porque nenhuma freguesia pode ser um território sem pessoas e, acima de tudo, porque nenhuma comunidade pode de facto existir sem solidariedade, as pessoas continuam a ser o nosso foco e a matéria mais importante que temos na agenda sempre que somos chamados a tomar decisões.

Assim o era antes da pandemia. Assim o é agora.

Foi por isso que desde a 1ª hora e assim que percebemos as implicações sérias da propagação da doença, que orientámos toda a nossa atenção, recursos e meios para evitar que o contágio fosse rápido e alargado. Para evitar o contágio a ciência recomenda-nos distanciamento social, confinamento e a redução de contactos sociais não essenciais. Soubemos também que, infelizmente, o vírus se propaga sem escolher idade ou classe social, mas que é nos mais frágeis, seja pela idade ou condições de saúde preexistentes, que a infeção pode ter consequências mais graves. A nossa ação foi e é nesse sentido: Evitar que os mais frágeis estejam em contacto com o risco.

Tudo o que fizemos e estamos a fazer é nessa lógica de defender o mais importante: AS PESSOAS!

Orientámos todos os serviços, encontrámos novas soluções, inventámos novas respostas, sempre com a atenção posta nas pessoas, nas suas necessidades, no seu conforto e na proteção.

A humildade de reconhecer as limitações não é uma fragilidade, antes uma força. A capacidade de perguntar para perceber, é sabedoria. A capacidade de mesmo errando querer ajudar, distingue-nos. Saber que o nosso papel, por mínimo que seja, é fundamental.

Às Juntas de Freguesia e aos autarcas locais, não é certamente pedido – nem o podia ser – que tenham soluções miraculosas. Também não se pode exigir que tenham todos os meios e recursos, mas os autarcas sabem bem qual é a sua missão fundamental. Estar ao lado das pessoas. Estar no centro da comunidade que representam e tentar unir todos os esforços para que o risco seja menor.

Sabemos hoje que as consequências desta pandemia serão graves e por isso é nossa obrigação reconhecer que apenas com comunidades unidas poderemos ultrapassar esses obstáculos. Reconhecer as divergências de opinião não deve inibir a capacidade de unir, agrupar, somar e multiplicar vontades. Ter diferenças na forma não obriga a ter diferenças no objetivo.

É por isso que olhos nos olhos, confesso o meu enorme reconhecimento a todos quantos, apesar das diferenças, estão na linha da frente das respostas às pessoas. Obviamente começando pelo pessoal da saúde, heróis que se arriscam todos os dias, bombeiros, pessoal dos lares e casas de repouso, dos centros de dia, mas também a todos quantos das mais variadas formas conseguiram perceber o que era o mais importante destes dias.

Na nossa freguesia, na nossa comunidade, cidadãos anónimos, organizações, empresas e associações, assumiram este momento como o maior desafio dos nossos dias e fizeram dos seus dias, momentos solidários a que devemos estar todos reconhecidos. Mulheres e homens, jovens e menos jovens, perceberam que quando somos chamados a servir a comunidade, a nossa resposta deve ser presente e estar presente.

A nossa comunidade tem conseguido perceber o que é o mais importante e agir e consequência, estimulando respostas aos problemas, estando disponíveis para ser parte da solução e gerando uma corrente de energia que nos deve orgulhar enquanto território de gente muito boa.

Agradecermos gestos, gentilezas que nos sensibilizam, palavras que nos confortam, ou simples momentos em que percebemos que os abraços serão sempre a melhor forma de nos “aquecermos”.

De olhos nos olhos digo: Acredito que a Freguesia de Moscavide e Portela sabe, de facto, o que é o mais importante: AS PESSOAS!

Ricardo Lima

Vamos Juntos. Primeiro as Pessoas!